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Idade, ciclos de vida e relações entre gerações na península de Yucatán, México

Instituição:

Instituto de Estudios Latinoamericanos

Devido aos rápidos processos de mudanças sociais e culturais progressivas na globalização compacta, o problema das relações entre gerações se apresenta como novo. A crescente mobilidade, as rápidas inovações técnicas, as volúveis necessidades de consumo e os processos de individualização modificam não apenas as formas de organização social, religiosa, política e econômica, mas também questionam normas e valores culturais, bem como os papéis sociais. Enquanto nas sociedades pré-industriais a sabedoria dos “mais velhos” era considerada um recurso significativo, dentro da coletividade atual que se modifica rapidamente, ela tem perdido sua relevância para uma orientação de comportamento dos “jovens”. As diferenças entre os membros das gerações “mais velhas” e “jovens” se manifestam, por exemplo, na valorização das normas de comportamento, nas técnicas de agricultura, na política agrária, na religião, no uso do idioma Maia, nas concepções de vida e do futuro, nas relações de gênero, entre outros. Os mais velhos reclamam da perda do conhecimento do idioma e dos métodos tradicionais de cultivo, os quais estão, por sua vez, acoplados às concepções religiosas. Até mesmo no campo, tornar-se agricultor já não é meta dos rapazes.  As diferenças no entendimento entre as gerações também se manifestam exteriormente (no modo de vestir, nos penteados) e se condensam, entre outros, no gosto musical. O direito de sucessão da terra como mecanismo regulador para a garantia de autoridade dos “mais velhos” no lugar e na família perdeu importância, por exemplo. Como os sistemas de seguridade social podem ser formados entre gerações num período caracterizado pela forte mobilidade dos jovens e por seu distanciamento do lar? As estruturas de autoridade familiar estão se modificando? Os “contratos de gerações” de seguridade social estão em processo de desintegração ?

Ao mesmo tempo, a “tradição” e a construção do conhecimento indígena têm sido implementados como capital cultural num momento de crescente auto-percepção política indígena e de um fortalecimento do discurso étnico (por exemplo, no crescente apoio aos projetos indígenas específicos através das instâncias estatais, organizações internacionais e organizações não-governamentais). No momento,  jovens lideres políticos indígenas têm surgido, frequentemente, como representantes do conhecimento do discurso indianista e recorrem ao “conhecimento dos mais velhos” muitas vezes de maneira purista e ortodoxa. Como resultado, surgem novas tensões entre os mais velhos e jovens. A interpretação e o aproveitamento daquilo que se denomina tradição pode ser compartilhado entre todos os grupos de gerações?

Este projeto de pesquisa investiga não apenas os processos de aculturação e socialização, ou seja, a mediação de conhecimento, normas de educação e conhecimento de idiomas tradicionais nos contextos familiares e extrafamiliares. Ele trata também da questão do comportamento entre as gerações (netos, filhos, pessoas da mesma idade, pais, avós e bisavós, caso existam) dentro dos processos de transformação e dos discursos políticos indianistas já mencionados. Ao mesmo tempo, a análise das relações de gênero e das relações de autoritoridade interfamiliares desempenha um papel central.